Novas tecnologias surpreende o mercado da produção de Morango cultivado em Substrato ou em Semi-Hidroponia

Publicado em 29 de agosto de 2016

morango

Nos últimos 15 anos a cultura do morango obteve vários avanços, principalmente em variedades, técnicas de manejo e de produção. Esses avanços possibilitaram que a cultura se expandisse em muitas regiões do país que não tinham tradição no seu cultivo.

Destacamos como principal fator a introdução de novas variedades, que por meio das suas características fisiológicas e genéticas possibilitaram seu cultivo e adaptabilidade em regiões de diferentes altitudes. As novas variedades, associadas a tecnologias como irrigação por gotejamento, fertirrigação, cobertura plástica (micro túneis) e manejos biológicos, proporcionou um avanço significativo na produtividade, qualidade e oferta do produto no mercado durante o ano todo.

A busca por novas tecnologias e sistemas de produção do morango tem sido constante entre os produtores do Distrito Federal, a fim de facilitar e melhorar suas atividades. Dentro dessa lógica, existe a produção de morangos cultivados em substrato ou em semi-hidroponia.

 

Evolução da hidropônica

Há cerca de 10 anos, alguns produtores utilizavam bancadas de forma piramidal, utilizando cinco prateleiras. Entretanto, observou-se que as plantas da parte inferior, que recebiam menos luminosidade, produziam bem menos. O sistema foi adaptado de tal forma que hoje se utilizam bancadas com duas linhas de “slabs”, ou travesseiros, a uma altura aproximada de um metro do solo. Ou seja, as plantas ficam todas no mesmo nível. Dessa forma elas recebem luz de forma uniforme, melhor ventilação, facilitando o manejo e a colheita. Como exemplo, numa estufa com 5 m de largura e 50 m de comprimento pode-se colocar quatro bancadas com duas linhas de “slabs”, cada uma num total de 3.600 plantas, ou seja, em torno de nove plantas por metro linear. Dessa forma, pode-se colocar de duas a 2,5 vezes mais plantas por hectare, se comparado ao plantio no solo. Explica o consultor do SINDIFHORT Thiago Campos – Engenheiro agrônomo.

O SINDIFHORT separou alguns motivos que estão fazendo os produtores do DF e de outros estados migrarem para esse sistema de bancadas:

 

  • O uso sucessivo do solo sem a devida rotação de culturas e manejo adequados tem aumentado à quantidade de fungos danosos à cultura do morango;
  • Adubações e calagens pesadas tornaram o solo desequilibrado;
  • Dificuldade na obtenção de mão de obra, bem como o fato de que o plantio do morango em micro túneis exige que o trabalhador fique numa posição permanentemente agachado, gerando um cansaço prematuro;
  • Na bancada o trabalhador fica de forma ereta;
  • O sistema de bancadas facilita os tratos culturais, limpeza da planta e colheita;
  • O sistema proporciona uma melhor ventilação na planta, diminuindo a temperatura e a incidência de doenças e pragas;
  • Após a montagem desse tipo de estrutura, ela pode durar vários anos, tendo seu custo diluído.

 

Entretanto é importante destacar que estamos tentando imitar o solo, e nessa tentativa, é possível não se conseguir exatamente as mesmas condições. Por isso, nossa recomendação é que se comece aos poucos, não migrando totalmente do plantio no solo para as bancadas. A maioria dos produtores tem cometido equívoco que chegam a quase inviabilizar a produção nesse sistema. E frisamos que esses erros são em função do absoluto desconhecimento de algumas informações muito básicas. Sindicalize-se, e venha descobrir o mundo de novas tecnologias para o desenvolvimento da sua propriedade no cultivo de flores, frutas e hortaliças.

 

Fonte: Julho, Edição 77, DF Rural.