Programa ATeG fomenta o aumento da produtividade e promove melhores resultados na gestão da Piscicultura

Programa ATeG fomenta o aumento da produtividade e promove melhores resultados na gestão da Piscicultura

Voltado à orientação técnica e gerencial, o programa atende 22 produtores do DF que estimam produzir 245 toneladas de pescados neste ano

A piscicultura é uma atividade que tem se expandido no Distrito Federal. Hoje são cerca de 400 piscicultores no DF, entre pequenos e grandes produtores. Desse total, 90% criam tilápia. As maiores áreas produtivas estão localizadas em Brazlândia, Gama, Sobradinho e Planaltina. A adaptação da espécie a diversos sistemas produtivos e a diferentes fatores ambientais, aliada ao curto tempo de engorda, torna a criação de peixes um negócio atraente para os empresários locais. Entretanto, para iniciar a atividade como alternativa de renda, é necessário o planejamento com profissionalismo de todos os passos a serem dados, buscando o aproveitamento racional dos recursos disponíveis, e principalmente, observando a dinâmica do mercado e o anseio do consumidor final.

Segundo dados da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR) foram produzidos no DF 2.620 toneladas de pescado em 2016. O estado importa cerca de 80% do produto para atender o consumo interno. O animal pode ser comercializado vivo ou processado (eviscerados, filés, postas ou congelados), e sua distribuição é realizada para restaurantes, pesque pagues, supermercados e feiras livres da cidade.

Pensando em promover o fortalecimento da cadeia e uma gestão de qualidade nas propriedades da região, o SENAR-DF em parceria com o Sebrae-DF, oferece o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), que atualmente atende 22 piscicultores. O programa tem duração de dois anos. Nesse período, o técnico de campo realiza visitas mensais em cada propriedade, aonde são desempenhadas as orientações técnicas e gerenciais. O ciclo de produção é completo, pode durar de 08 a 10 meses, dependendo das condições climáticas, da qualidade da água e do manejo adotado. Os produtores adquirem os alevinos conforme o planejamento feito pelo técnico de campo, monitorando a fase de crescimento até que estejam prontos para o abate. O sistema de produção utilizado pelos assistidos é de viveiro escavado e viveiro suspenso, construídos com ferro solo e cimento.

De acordo com o técnico, Francisco Baia, o programa foi muito bem recebido pelos produtores. “Hoje o produtor enxerga sua atividade como uma empresa rural, que precisa de todos os cuidados e atenção, exigidos em qualquer empresa urbana. O produtor participante da ATeG, ainda conta com uma equipe composta por gerente técnico, coordenador, supervisor, técnico de campo e  uma central de inteligência onde toda ação do programa é monitorada e discutida com esta equipe”, explicou.

Baia ressaltou ainda, que em 19 meses de trabalho a ATeG tem trazido alguns produtores de volta para o seu negócio, aqueles que já haviam reduzido bastante a produção, ou  até mesmo, desistido da atividade. “Com o uso de novas tecnologias, assistência periódica, missões técnicas para conhecer outras regiões produtivas, cursos e treinamentos oferecidos pelo SENAR como Negócio Certo Rural e Formação Profissional Rural, e um rigoroso controle e acompanhamento das ações, fez com que o produtor tivesse ferramentas de suporte para encarar essa nova fase de profissionalismo da piscicultura aqui no Distrito Federal”.

Para o zootecnista e supervisor técnico, Ivan Nakandakare, os principais gargalos encontrados na consultoria foi, a falta de mão de obra qualificada, comercialização e a compra de insumos (ração e alevinos). “Uma iniciativa do programa para sanar esses problemas, foi unir e organizar o setor produtivo, para a compra coletiva de alevinos, troca de experiências entre os produtores, capacitação e principalmente planejamento e gestão do empreendimento identificando o custo real de produção”, destacou.

“No primeiro ano da ATeG,  a produção de pescados entre os assistidos da cadeia produtiva foi pouco mais de 190 toneladas por  ano, após as correções técnicas e gerenciais que reduziram os riscos de investimento, identificando os principais canais de comercialização, temos a estimativa de fecharmos 2018 com uma produção de 245 toneladas”, completou o supervisor técnico.

A produtora Roseli Zerbinato, piscicultora na região do Rio Preto em Planaltina, disse que o atendimento técnico é extremamente importante na “lida diária”. “Com o acompanhamento do técnico de campo, identifiquei minhas falhas e passei a corrigi-las. Hoje tenho mais segurança no que estou fazendo, consigo tomar consciência das mudanças necessárias, além de me sentir muito estimulada a estudar e conhecer casos de sucesso”.

Roseli também destaca a união e a troca de experiências entre os piscicultores. “Não podemos mais ficar isolados, a dificuldade de um também pode ser a do outro. Meu desejo é que esse programa cresça e muitos outros produtores possam fazer parte. Está valendo a pena!”, declarou.

Matéria no Canal Terra Viva

O técnico Francisco Baia e a produtora Roseli Zerbinato foram entrevistados este mês, pela equipe da TV Terra Viva. A reportagem sobre a Cadeia Produtiva da Piscicultura no DF foi exibida no dia 05 de março, e você pode encontrar na internet, pelo site: tvterraviva.band.uol.com.br/

Fonte: SENAR-DF